Rafael Serra

GALVÁN, Raúl C. Rafael Serra y Montalvo: the man and his work. Caribe: Revista de Cultura y Literatura, v. 15, n. 2, p. 67-82, 2012-2013.
HERNÁNDEZ, P.A.C. Pensando a nação cubana em termos da raça (1902-1919). In: HERNÁNDEZ, P.A.C. O Brasil e Cuba, 1889/1902-1929: o debate intelectual sobre as relações raciais. Buenos Aires: Clacso, 2018. p. 81-128. Disponível em: https://doi.org/10.2307/j.ctvn5tzcg.7. Acesso em: 20 out. 2022.
HOFFNUNG-GARSKOF, J.E. Prologue: Radial lines. In: HOFFNUNG-GARSKOF, J.E. Racial migrations: New York City and the revolutionary politics of the Spanish Caribbean. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2019. p. 1-10.
MOTEIRO, Oscar. La raza y el racismo en la República imposible de Rafael Serra. América sin nombre, no 19 (2014) 43-52 .
http://www.ecured.cu/index.php/Rafael_Serra (Site consultado em 14/04/2023)
Rafael Serra
1858-1909, Havana, Cuba
educador, escritor, jornalista
José Rafael Simón Agapito Serra y Montalvo nasceu em 24 de março de 1858 em Havana, Cuba. Seus pais eram escravizados, mas Serra nasceu na condição de homem livre. Aos 13 perdeu o pai e foi forçado a trabalhar para sustentar sua família. Trabalhou nesse período com o comércio de tabaco e por meio desse trabalho conseguiu pagar para ter acesso à educação. Com 20 anos se mudou de Havana para a cidade de Matanzas, e lá fundou uma sociedade de instrução e recreação chamada de La Armonía, onde deu aulas para crianças e adultos, brancos e negros.
Devido a esse trabalho filantrópico realizado por Serra, ele era vigiado de perto pelas autoridades espanholas. Quando eclodiu a Pequena Guerra, em 1879, ele se negou a colaborar com o governo espanhol, sendo exilado para os Estados Unidos. Em Nova York continuou com seu trabalho educacional e fundou La Liga, uma sociedade educacional com fins patrióticos, que tinha por objetivo educar a parcela negra e vulnerável da cidade. Por meio desse projeto Serra conhece a José Martí, que se tornou colaborador da La Liga e com quem estabeleceu uma relação de amizade.
Ainda em Nova York, Rafael Serra se interessou pelo meio jornalístico e publicou artigos em diferentes jornais, como o El Porvenir e o La Verdad. Quando Serra tomou conhecimento do fim trágico de Martí, decidiu fundar o jornal La Doctrina de Martí, que além de homenagear o herói nacional cubano, tinha como objetivo instruir a classe trabalhadora sobre questões políticas e culturais. O jornal foi muito bem recebido em Nova York e circulou pelo México, pela América Central e pelo Caribe.
Retornou para Cuba logo após a consolidação da Independência, atuando na política do recém criada República. Rafael Serra – intelectual, jornalista e professor – morreu em 24 de outubro de 1909 em Havana, Cuba. Deixou como legado uma história de luta pela independência de Cuba, mas principalmente uma história de luta pela população negra caribenha, na sua terra natal ou em Nova York, pelo acesso à educação das classes marginalizadas, e pela igualdade de direitos para todos.