Lino Dou

Lino Dou em 1910
Fonte da Fotografia
CASTELLANOS G., G. Lino Dou visto por su amigo Gerardo Castellanos G. La Habana: [s.n.], 1944.
Referências

MORRISON, K.Y. Civilization and citizenship through the eyes of Afro-Cuban intellectuals during the First Constitutional Era, 1902-1940. Cuban Studies, v. 30, p. 76-99, 2000. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/24487754. Acesso em: 20 out. 2022.

NOGUEIRA, F. “Ideais de uma raça” (1928-1931): intelectuais negros e a vanguarda cultural cubana. Extraprensa: Cultura e Comunicação na América Latina, n.15 (especial), p. 268-286, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.11606/extraprensa2022.196954

ROBAINA, T.F. Cuba: personalidades en el debate racial. La Habana: Editorial Ciências Sociales, 2007.

SANTOS, Ynaê Lopes dos. Entre o Braço Ativo e a Muralha Babilônica: O Lugar da Escravidão nas Obras de Manuel Querino e Lino Dou Y Ayllon Em 1916. Revista Estudos Históricos, vol. 35, 77, 2022, pp. 528-547.

Lino Dou

1871-1939, Santiago de Cuba, Cuba

tenente coronel do Exército Libertador de Cuba, jornalista, político

Lino Dou nasceu no ano de 1871 em Santiago de Cuba, filho de um homem branco de origem espanhola e uma mulher negra cubana. Ao longo de sua vida, foi incentivado por seu pai a se dedicar aos estudos, e desde muito jovem se mostrava preocupado com a realidade social e política cubana. Por meio da educação recebida por seu pai, Lino Dou abraçou a causa da liberdade de Cuba perante o domínio espanhol e desenvolveu sensibilidade às questões raciais. Ainda em Santiago de Cuba, se formou em letras e ciências; na década de 1890 foi para Havana estudar direito.

Durante esse período em Havana, conheceu Juan Gualberto Gómez que teve forte influência nos ideais de Lino Dou, a necessidade de ascensão intelectual da população negra e a luta contra o racismo. Também nesse período, publicou seus primeiros textos jornalísticos no periódico fundado por Gómez, o La Igualdad. Em 1895, eclodiu a segunda guerra pela independência cubana, Lino Dou se alistou e ganhou destaque dentre os independentistas, e tornando tenente coronel do Exército Libertador Cubano; além de ser homem de confiança do general José Maceo.

Com o fim do período de guerra devido à intervenção estadunidense, Lino Dou se deslocou para o campo político, tendo sido deputado federal e funcionário público. Também continuou ativo em organizações como a Sociedade Luz de Oriente e a Associação Adelante, que tinham como pauta questões raciais.

No entanto, o principal trabalho desenvolvido por Lino Dou foi no meio jornalístico cubano. Ele foi editor-chefe da revista Minerva, colaborador da revista Labor Nueva e de Ideales de una raza, e também escrevia a coluna “Marcha de uma raza”, do jornal El Mundo. Apesar de exercer diversas atividades em diferentes jornais, seu trabalho tinha em comum a escrita de textos em que a temática central fosse a população negra e as problemáticas que enfrentavam em uma sociedade racista.

Lino Dou – jornalista, político, tenente coronel e ativista – morreu em 1939 em Havana, Cuba. Apesar de atualmente ser pouco lembrado na história de Cuba, deixou como legado um exemplo de excelência no trabalho jornalístico e na luta antirracista.