Juan Gualberto Gómez Ferrer

ADAMS, J.D. Black mobilization in Pre-Revolutionary Cuba: regeneracion and bicultural nationalism. Thesis (MA in Latin American Studies) – University of Miami, Miami, 2010.
CUMANÁ, M.C.; CALZADA, V.F. Racial identity and collisions: Gómez and Guillén Landrián. In: CUMANÁ, M.C.; LORD, S. (eds.). The cinema of Sara Gómez: reframing revolution. Bloomington: Indiana University Press, 2021. p. 251-259.
LUNAR, L. et al. República en negro: la huelga de los aprendices, un episodio negro que inaugura la República de Cuba. In: QUINTERO, G.F. (ed.). Memoria de crímenes: literatura, medios audiovisuales y testimonios. Ciudad de México: Siglo del Hombre, 2017. p. 89-102.
http://www.historyofcuba.com/history/funfacts/jgGomez.htm (Site consultado em 14/03/2023)
https://oxfordaasc.com/display/10.1093/acref/9780195301731.001.0001/acref-9780195301731-e-74049;jsessionid=1BC77F46CEDD4AB769A78067D5663DCA (Site consultado em 14/03/2023)
Juan Gualberto Gómez Ferrer
1854-1933, Matanzas, Cuba
jornalista, escritor, político, representante da comunidade afro-cubana
Juan Gualberto Gómez Ferrer nasceu em 12 de julho de 1854 em Matanzas, Cuba, filho de Fermin Gómez e Serafina Ferrer, ambos escravizados africanos que trabalhavam na fazenda Golden Fleece. Apesar da condição de escravizados de seus pais, Juan Gualberto Gómez Ferrer teve sua liberdade comprada antes mesmo do seu nascimento. Devido a sua condição de liberto, pôde aprender a ler e escrever, e foi enviado pelos seus pais para estudar na escola Nuestra Señora de los Desamparados, em Havana.
A primeira movimentação política de Gómez Ferrer se deu durante a Guerra dos Dez Anos (1868-1878), e por esse motivo foi enviado pelos seus pais para estudar na França o ofício de carruageiro (construtor de carruagens). Na França, devido à necessidade financeira, Gómez Ferrer iniciou sua carreira jornalística, por meio da qual consolidou seus preceitos políticos. Em 1878 retornou a Cuba, especificamente à cidade de Havana. Foi quando conheceu o intelectual nacionalista José Martí, e a partir dessa relação eles passaram a articular levantes independentistas. Nesse contexto, Gómez Ferrer foi mais uma vez afastado de Cuba após sua atuação na Pequena Guerra (1879-1880) e só retornaria para sua terra natal em 1890.
No seu retorno a Cuba, continuou sua articulação política contra o governo espanhol e organizou um levante em 1895 que fracassou e ocasionou a sua prisão. Foi condenado por vinte anos, mas ficou somente três anos preso; ao ser solto, mudou-se para Nova York, EUA, onde continuou sua luta com o objetivo de angariar fundos para o Exército de Libertação de Cuba. Suas principais obras são: A Questão Cubana em 1884 (1885), As Ilhas Marianas e Carolinas (1885) e A Ilha de Porto Rico (1891).
Além dos movimentos independentistas, Gómez Ferrer também se lançou na empreitada pela igualdade racial em Cuba, pois acreditava que a única forma de alcançar a independência seria com a união entre brancos e negros, e essa união só seria possível por meio da igualdade racial. Realizou esse trabalho publicando em diferentes jornais, ao longo dos anos, artigos “em defesa da raça de cor”. Devido a esse trabalho, ficou conhecido como o primeiro defensor e porta-voz das necessidades da população negra em Cuba. Gómez Ferrer também foi presidente do Directorio Central de Sociedades de la Raza de Color, através do qual conquistou importantes feitos, como a proibição de restrição nos casamentos inter-raciais e o fim da segregação nas escolas.
Juan Gualberto Gómez Ferrer foi um jornalista, político e líder dos afro-cubanos, e morreu em 5 de março de 1933, aos 78 anos em Havana, Cuba, deixando como legado um exemplo de luta contra o colonialismo e contra o racismo. Após sua morte, foi homenageado pelo Sindicato dos Jornalistas de Cuba e atualmente o aeroporto internacional de Varadero é denominado Aeroporto Juan Gualberto Gómez.