José Joaquín Puello de Castro

José Joaquin Puello, cópia fotográfica de um retrato pintado do militar e político dominicano.
Fonte da Fotografia
Enciclopedia de historia y cultura del Caribe. [Informar autor, cidade de publicação, editora, ano e página]
Referências

PAULINO, E. Silent invasions’: Anti-Haitian Propaganda. In: PAULINO, E. Dividing Hispaniola: The Dominican Republic’s border campaign against Haiti, 1930-1961. Pittsburg: University of Pittsburgh Press, 2016. p. 116-149.

GARCÍA, J.G. Compêndio da história de Santo Domingo. Santo Domingo: Sociedade Dominicana de Bibliófilos, 1979.

TORRES-SAILLANT, S. The tribulations of blackness: stages in Dominican racial identity. Latin American Perspectives, v. 25, n. 3, p. 126-146, 1998. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/2634170. Acesso em: 17 out. 2022.

 

https://dbpedia.org/page/Jos%C3%A9_Joaqu%C3%ADn_Puello (site consultado em 14/03/2023)

José Joaquín Puello de Castro

c.1805-1847, Santo Domingo, República Dominicana

militar e político

José Joaquín Puello de Castro nasceu entre os anos de 1805 e 1808 em Santo Domingo, atual República Dominicana. Pouco se sabe sobre seus primeiros anos de vida, somente que Puello nasceu em seio familiar humilde e que desde jovem demonstrou habilidade e interesse para o manuseio de armas de fogo. Iniciou sua carreira militar em 1822, lutando sob o comando do então presidente do Haiti Jean-Pierre Boyer na invasão de Santo Domingo. Devido a esse serviço prestado às autoridades haitianas, tornou-se capitão de regimento.

Apesar da posição militar garantida por meio da ocupação haitiana em Santo Domingo, Puello e alguns companheiros se incomodaram com as políticas haitianas aplicadas na cidade e, em 1843, iniciaram um movimento contrário a elas, o que provocou a demissão de Puello do seu cargo militar. Nesse contexto, Puello se tornou ativo no movimento de independência da República Dominicana e, por ter experiência militar, comandou um batalhão que ajudou na conquista da independência do país, em 27 de fevereiro de 1844. Após a independência, foi nomeado comandante de armas e general em Santo Domingo e participou ativamente no Governo Central Independente, porque os seus líderes acreditavam que era necessária a presença de um homem negro junto das lideranças para dissipar rumores sobre o retorno da escravidão no país independente.

Em 1845 houve uma tentativa de retomada do poder por parte do Haiti, e Puello mais uma vez se destacou no comando das tropas na batalha de Estrelleta, que forçou a retirada dos haitianos do solo dominicano. Nessa conjuntura, Puello se alinhou a compatriotas liberais, o que lhe gerou inimigos entre os conservadores. Dois anos após a invasão haitiana, Puello e seu irmão foram acusados por autoridades dominicanas de orquestrar uma insurreição negra para derrubar o governo vigente. Apesar de Puello dedicar anos de sua vida para a causa independentista e para a liberdade dos dominicanos, foi acusado pelo grupo conservador de favorecer os interesses das pessoas de cor e de ser “antibranco”. 

José Joaquín Puello de Castro foi executado em 23 de dezembro de 1847, em Santo Domingo. Condenado por ser negro, apesar da sua notória importância na conquista e na manutenção da independência da República Dominicana, atualmente, é pouco lembrado como herói nacional.