José do Patrocínio

José do Patrocínio
Fonte da Fotografia
Biblioteca Nacional. Disponível em: https://antigo.bn.gov.br/arquivo/imagem/jose-carlos-patrocinio. Acesso em: 30 nov. 2022.
Referências

ALONSO, A. A teatralização da política: a propaganda abolicionista. Tempo Social, v. 24, n. 2, 2012. 

Disponível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/6DG8jmyCxypRW6LrSTnzzRt/?lang=pt. Acesso em: 30 nov. 2022.

ALVES, Uelinton F. José do Patrocínio a imorredoura cor de bronze. Rio de Janeiro. Garamond, 2011

BARROS, S.A.P. de; FONSECA, M.V. (orgs.). A história da educação dos negros no Brasil. Niterói: EdUFF, 2016.

FARIAS, Tom. José do Patrocínio: a pena da Abolição. Rio de Janeiro, Kapulana, 2019.

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MACHADO, H.F. José do Patrocínio e a luta pela indenização aos ‘Republicanos do 14 de maio’. In: Simpósio Nacional de História, 25., 2009, Fortaleza. Anais... Fortaleza: Anpuh, 2009. Disponível em: https://anpuh.org.br/uploads/anais-simposios/pdf/2019-01/1548772007_1e0263eca733383e79934480401fc831.pdf. Acesso em: 30 nov. 2022.

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José do Patrocínio

1853-1905, Campos dos Goytacazes, Brasil

farmacêutico, jornalista, escritor, abolicionista, inventor

Filho de João Carlos Monteiro e de Justina Maria do Espírito Santo, José Carlos do Patrocínio nasceu em 9 de outubro de 1853 na cidade de Campos dos Goytacazes, na província do Rio de Janeiro. Em virtude da natureza do envolvimento amoroso entre João Carlos – um padre, branco, que tinha 54 anos na época – e Justina Maria – mulher negra, escravizada, de 13 anos –, José do Patrocínio não foi reconhecido pelo seu próprio pai. Ainda assim, vivenciou toda sua infância na a fazenda Lagoa de Cima, propriedade de seu pai localizada em Campos dos Goytacazes (RJ).

O jovem possuía apenas a instrução primária quando, em 1868, se mudou para a cidade do Rio de Janeiro. Por intermédio do diretor da Santa Casa de Misericórdia, Dr. Cristóvão dos Santos, conseguiu um emprego na instituição como servente. Posteriormente, se tornou funcionário da Casa de Saúde do Bom Jesus do Calvário – por intermédio do conselheiro Aquino de Alvarenga. Nesse mesmo período, estudou no Externato de João Pedro de Aquino e cursou preparatórios para o curso de farmácia. Ingressou na Faculdade de Medicina, cursando como aluno de farmácia em 1874.

Enquanto morava na casa da família de seu amigo de externato – João Rodrigues Pacheco Vilanova –, o jovem campista teve contato com o “Clube Republicano”, que funcionava nesta mesma residência. Nessa época, ele morava na casa do Capitão Emiliano Rosa Sena, padrasto de seu colega de faculdade. Foi nesse período, que ele se apaixonou por Maria Henriqueta, uma das filhas do militar, com que Patrocínio se casou em 1879. 

José do Patrocínio segue seus estudos no Curso de Farmácia e, ao mesmo tempo, inicia sua carreira nas letras como orador e como jornalista. Entre e outubro de 1875, José do Patrocínio e Dermeval da Fonseca publicaram o periódico quinzenal Os Ferrões. Nessa publicação, os escritores divulgavaram seus textos críticos e satíricos sob os pseudônimos Notus Ferrão e Eurus Ferrão. Em 1877, José do Patrocínio iniciou sua carreira no periódico Gazeta de Notícias escrevendo para a sessão “Semana Parlamentar” e assinando seus escritos com o pseudônimo de Prudhomme. Nesse mesmo ano – possivelmente graças ao sucesso do quinzenário e das publicações do escritor na Gazeta –, José do Patrocínio publicou Motta Coqueiro ou a pena de morte, romance que, de acordo com críticos literários, apresentava contundentes críticas à sociedade escravista fluminense do século XIX.

Em 1879, José do Patrocínio se lançou na campanha abolicionista por meio das publicações da Gazeta da Tarde. Neste periódico junto com André Rebouças, Vicente Ferreira de Souza textos abolicionistas eram publicados, com o objetivo de mobilizar a opinião popular contra a escravidão. Patrocínio também passou a fazer parte da Associação Central Emancipadora juntamente com Joaquim Nabuco, Lopes Trovão, Ubaldino do Amaral, Teodoro Sampaio e Paula Ney. Em 1883 fundou a Confederação Abolicionista juntamente com Aristides Lobo, João Clapp e, mais uma vez, André Rebouças.

Em 1885, o jornalista perdeu sua mãe que se encontrava muito adoentada. Em 1887, deixou o Gazeta da Tarde e fundou e passa a dirigir o periódico Cidade do Rio que mantinha a perspectiva abolicionista. No mesmo ano, e se u vereador da Câmara Municipal da Corte (Rio de Janeiro) e publicou o romance Pena de Morte. Foi da tribuna da Câmara que José do Patrocínio assistiu os festejos da Abolição da Escravidão, em 1888. Sua relação com a Princesa Isabel, fez com que ele fosse identificado como um monarquista, não tendo grande participação política nos primeiros anos da República, 

Antenado com as invenções modernas, em 1892 Patrocínio importou da França o primeiro automóvel que circulou no Brasil, e anos depois construiu o primeiro Balão Dirigível, chamado de Santa Cruz. Também foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a 21 ª cadeira da instituição.

Há uma polêmica obre a relação que Patrocínio desenvolveu com a casa republicana. O que sabemos é que ele foi perseguido pelo presidente Floriano Peixoto, que fechou o jornal Cidade do Rio em 1893, obrigando o escritor a exilar-se e a viver em condições muito precárias. Em razão disso, nos anos subsequentes o jornalista manteve atuação política discreta. Veio a falecer na cidade do Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 1905, aos 52 anos. Seu sepultamento parou o centro da cidade do Rio de Janeiro

Publicações

Obras e publicações:

Os Ferrões (1875)

Motta Coqueiro ou a pena de morte (1877)

Os retirantes (1879). Disponível em:

http://www.santoandre.sp.gov.br/PESQUISA/ebooks/344067.pdf. Acesso em: 30 nov. 2022.

Manifesto da Confederação Abolicionista (1883)

Pedro Espanhol (1884)

Dendén (inacabado)

Tradução de Guerra e Paz, de Leon Tolstói (inacabada).