Mesmo após Dom Pedro I haver declarado independência de Portugal, os conflitos entre os separatistas e os conservadores não terminaram. Um exemplo disso é o que ocorreu em 19 de outubro de 1822 na câmara da vila de Parnaíba, no Piauí. Alguns políticos comemoraram a coroação do mais novo imperador do Brasil, mas a Junta Governativa que havia sido formada justamente para impedir que esse processo de emancipação chegasse ao Piauí deu sua resposta ao pegar em armas. Quem liderou a ação foi o militar João José da Cunha Fidié, que havia sido governador das armas durante o reinado de Dom João VI e acabou se tornando importante líder da resistência aos separatistas, participando da sangrenta Batalha de Jenipapo.

O conflito em Parnaíba foi apenas um dos diversos episódios que envolveram lutas pela independência ao redor de todo o território brasileiro.

O complexo processo de emancipação brasileiro passou por diversas batalhas regionais, que envolveram disputas sociais, militares e políticas que não se restringiram à Corte do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Tampouco se encerraram com o “grito do Ipiranga” em setembro de 1822.

Disputas importantes ocorreram em províncias mais afastadas, como a formação do popular Exército Libertador, o cerco às tropas portuguesas na Bahia em 1823 e, no mesmo ano, a batalha às margens do rio Jenipapo no Piauí, que juntou as forças locais às cearenses e maranhenses. No entanto, é apenas em 1825 e depois de muitas colisões entre os dois lados que Portugal finalmente reconhece a derrota por meio do Tratado de Paz, Amizade e Aliança.