A Revolução Liberal do Porto, movimento ocorrido em Portugal em 1820 cujo objetivo era pressionar o Brasil para o retorno da corte ao seu país de origem, iniciou entre as províncias brasileiras grande alvoroço. Como resposta de apoio ao movimento, que pretendia criar uma nova Constituição portuguesa, foi instaurada uma junta na Bahia por meio de um motim, em 10 de fevereiro de 1821. Formada em sua maioria por portugueses, uma tropa – liderada por Manuel Pedro de Freitas Guimarães, militar que havia participado da repressão à Revolução de 1817 e determinado fuzilamentos como o do Padre Roma – levantou-se em armas e declarou subordinação a Portugal, o que criou uma consequente tensão com os separatistas brasileiros, apenas cerca de um ano antes da declaração de independência. No processo, um major e nove soldados foram mortos.

O complexo processo de emancipação brasileiro passou por diversas batalhas regionais, que envolveram disputas sociais, militares e políticas que não se restringiram à Corte do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Tampouco se encerraram com o “grito do Ipiranga” em setembro de 1822.

Disputas importantes ocorreram em províncias mais afastadas, como a formação do popular Exército Libertador, o cerco às tropas portuguesas na Bahia em 1823 e, no mesmo ano, a batalha às margens do rio Jenipapo no Piauí, que juntou as forças locais às cearenses e maranhenses. No entanto, é apenas em 1825 e depois de muitas colisões entre os dois lados que Portugal finalmente reconhece a derrota por meio do Tratado de Paz, Amizade e Aliança.