Com o início dos trabalhos de redistribuição de algumas lavras pelo Ouvidor e corregedor da comarca, Manoel da Costa Amorim, moradores da Vila do Carmo amotinaram-se em 1713. Tudo começou quando o ouvidor alegou que os territórios em que viviam e trabalhavam os mineradores eram realengos (propriedades do Rei) e, portanto, deveriam ser levados à hasta pública de acordo com as disposições do Regimento de 1702.

Buscando aumentar a margem de negociação com as autoridades portuguesas e restaurar o equilíbrio tradicional, os mineradores se organizaram em motim afirmando que tal medida era injusta dado o tempo que já lavravam aquelas terras.

Sem ações de repressão o tumulto logo se espalhou. Para evitar que a tensão gerada pela restrição das áreas de mineração se tornasse um levante mais radical, a Câmara de Vila Rica recomendou aos camarários de Vila do Carmo que acabassem logo com aquilo. Invés de apostar na violência, os oficiais de Vila do Carmo reconheceram a revolta dos amotinados e solicitaram aos camarários de Vila Rica interceder junto ao Ouvidor-Geral pelo perdão dos sublevados.

Explicitando a força dos costumes, os bens e terras sequestrados foram devolvidos aos mineradores; eles também foram perdoados pela revolta por determinação do Governador.