Lisboa, fundo brasileiro do Arquivo Histórico Colonial
Rio de Janeiro, ano seguinte ao da punição aos inconfidentes mineiros. Insatisfação com o governo do vice-rei.
– “(…) Portugal Burro de Saloyos pela arreata a de ser o que elles quizerem, e o Brazil passará ao cativeiro das Naçoens formando se nos seos Portos de mar Colonias dellas.”
– “Tereis lido as Gazetas e tereis ouvido dizer como os homens a abração. Os Francezes e introduzirão na America Ingleza com pouco custo, e logo a tomarão para si com tanto afinco e felicidade, que hoje dão Leis ao Mundo (…) por toda a parte por onde aparece o nome da Liberdade, é adorado e amado o seo Estandarte.”
– “A Soberba tirania nada vê mais que os seos sórdidos interesses e a de acomodarse com a sua fraqueza. Amor de Patria me transporta; por ella darei a vida, e faso voto a Ds de ajudala com as minhas forsas”
– “A liberdade do Brazil, e de escapar a hum novo, e mais pezado Cativeiro so pode sucederlhe desta forma = Avendo huma mão fiel, e ligeira que tire instantaneamte a vida ao Vice Rey, ou a hum dos Generais dos Portos do mar; morto este, e salva aquela O Senado da Camara com o comcurso do Povo, illudir a ambição dos Magnatas”
– “(…) Portugal não pode, nem tem quatro mil homens, que despregar de si para os domar em qualquer Revolução pro, os Naturaes da Capa e logo os das outras aonde seguir o mesmo exemplo, e unirem se para os seos interesses. Eu considero esse projeto tão facil que não demoro esta execução a semanas”
– “(…) huma rebelião fazendo espalhar que a fidelidade legitima só está no todo dos Cidadoens; deve (…) O senado da Camara tomar o governo Politico, e Militar com o nome da Soberana, e com este mesmo emcaminhar todos os seos pasos, os quais sendo assim dirigidos com o pequeno jeito tu que estás na cabesa delle podes troselo para o caminho que quizeres”
Misturam-se, no documento, idéias do movimento revolucionário francês com idéias de Antigo Regime: ainda que critique as posições de Portugal e a condição de exploração do “Brasil”, demonstrando simpatia às idéias francesas de liberdade, coloca-se contrário a uma possível subordinação à França e, em nome da liberdade da “pátria”, defende matar o governante local e formar um governo “com o concurso do povo”, em nome da Rainha.
“felicidade”
“naturais”
“liberdade”
“país”
“pátria”
“Brasil”
“leis”
“cativeiro”
“colônias”
“República Francesa”
“tirania”
“amor”
“dar a vida”
“concurso do povo”
“magnatas”
“rebelião”
“temor”
“fidelidade”
“o todo dos cidadãos”
“o nome da Soberana”
“cabeça”
“domar”
“Revolução”
Lisboa, fundo brasileiro do Arquivo Histórico Colonial
Auto da devassa ordenada pelo vice-rei Conde de Resende contra o Juiz de Fora Baltazar da Silva Lisboa (1793). Rio de Janeiro, Anais da Biblioteca Nacional, v. 60, 1940, p. 267-68.
Sem Nome, "CARTA ANÔNIMA A BALTAZAR DA SILVA LISBOA". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/documento/carta-anonima-a-baltazar-da-silva-lisboa/. Publicado em: 16 de maio de 2022.