Revoltas

Protesto contra o intendente de Marinha Pedro Sheverim

Capitania de Pernambuco (1534 – 1821)Recife

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1798 / 1799

“PERNAMBUCO Nº1 ENTRADA DO PORTO DE PERNAMBUCO”, litogravura do desenhista Emil Bauch (1852) - Acervo de Iconografia/ IMS

Um grupo de comerciantes e senhores de engenho de Pernambuco, entre eles José Faustino Nunes, José Joaquim Jorge, Daniel Eduardo Rodrigues Grijó, Antônio José Quaresma e João Crisóstomo da Fonseca, preparou um requerimento entre 20 e 26 de outubro de 1798. No documento, o Intendente de Marinha Pedro Sheverim, nomeado pela Coroa para cuidar de iniciativas ligadas à aplicação e preparo do poderio naval voltadas para atividades logísticas e econômicas, era alvo de pesadas denúncias por parte da elite local. Às autoridades metropolitanas, o intendente era acusado de estar cobrando valores exorbitantes para as entradas e saídas de embarcações no porto do Recife.

No mês seguinte o Intendente contra ataca encaminhando ao Secretário de Estado da Marinha e Ultramar, D. Rodrigo de Sousa Coutinho (Ofício de 14 de dezembro de 1798. Fonte: AHU/PE, Cx. 205, Doc. 139954) uma resposta pesada a tais “requerimentos insultantes” por meio dos quais os signatários resistiam ao início de seu trabalho no “estabelecimento desta Marinha”. Se queixava de estar encontrando “mil dissabores, mil contradições, e o que mais é alguns espíritos de homens revoltores e entusiasmados que capricham em ser cabeça de motim e desordem”. E pedia sem meias palavras “castigá-los como merecem, ou repreendendo-lhes severamente, a fim de se refrearem e se comedirem, contendo-se nos seus limites”.

A tensão no relacionamento do intendente com os grupos locais fica ainda maior porque, alguns meses depois de circular a denúncia, Sheverim seria alçado ao governo da capitania de Pernambuco quando da substituição do governador e Capitão-General Thomaz José de Mello por uma Junta Governativa em 29 de dezembro de 1798. Dessa Junta que cuidaria do governo de Pernambuco participavam ainda o Bispo Azeredo Coutinho, o Ouvidor Geral Pereira da Cunha.

Apesar das queixas, a Coroa encararia a insatisfação dos comerciantes e senhores de engenho como um evento natural. A troca de correspondência a respeito do protesto só tem fim um ano depois com o parecer emitido pela metrópole em 25 de outubro de 1799 que sustentava a legalidade dos emolumentos e cobranças que o Intendente vinha praticando, consideradas justas pois eram previstos nos Regimentos da Intendência e calcados na experiência da Bahia.

Derrotados em seu requerimento os negociantes apelaram para que o caso fosse levado para instância superior mas não tiveram sucesso. No tribunal ao invés de verem atendidas suas queixas, três dos signatários do documento receberam a pena de advertência verbal. E, além disso, preservaram-se as orientações relacionadas às atividades marítimas que vinham sendo implementadas pelo Intendente Pedro Sheverim.

Números da Revolta

1 ano de duração

Grupos sociais

Autoridades

Lideranças

Ações de protesto não-violentas

  • Abaixo-assinado

Ações de protesto violentas

  • Não informadas

Repressão

Contenção

  • Ameaças Verbais

Punição

  • Não Houve

Instâncias Administrativas

  • Conselho Ultramarino
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