Motim contra o superintendente das minas no Arraial da Meia Ponte
Capitania Real de São Paulo (1720 – 1821)Arraial de Meia Ponte
Início / fim
1732 / 1732
Data aproximada
Estátua de Bartolomeu Bueno da Silva ( também conhecido como segundo Anhanguera), localizada no Parque Trianon, em São Paulo
Na década de 1730, o superintendente-geral Bartolomeu Bueno da Silva, para se afastar de desentendimentos com o governador da capitania de São Paulo, instalou-se no norte de Goiás (território que hoje pertence ao estado do Tocantins e que, na época, pertencia à Capitania de São Paulo). Com suas prerrogativas, nomeou Antônio de Oliveira da Costa como superintendente do Arraial da Meia Ponte e Manuel Rodrigues Tomar como guarda-mor da mesma localidade.
Em 1732 os dois últimos se desentenderam em relação à distribuição de terras auríferas e à disputas comerciais. A partir daí, ocorreu um motim contra o novo superintendente do arraial, o que levou Bueno da Silva a colocar o guarda-mor Manuel Rodrigues no cargo. Este e Bueno também se desentenderam: o primeiro afirmava ser o descobridor das minas de Meia Ponte, o que em tese lhe daria direito a ser o superintendente do local e ter diversos ofícios militares, ao passo que o último negava isso. Graças às tensões, Bueno nomeou Manuel Dias da Silva como novo guarda-mor das minas, de modo a provocar Rodrigues. Tal medida descontentou a população local, que não aceitou o novo guarda e se amotinou.
O resultado de todas essas tensões entre poderosos foi a prisão do líder da rebelião: Manuel Rodrigues Tomar foi condenado e mandado a São Paulo, prometendo não retornar à Goiás. Mais tarde, ele seria solto. No Arraial da Meia Ponte, as disputas e instabilidades políticas continuariam nos anos seguintes.
CAMPOS, Maria Verônica. Goiás na Década de 1730: pioneiros, elites locais, motins e fronteira. In: BICALHO, Maria Fernanda; FERLINI, Vera Lucia Amaral. Modos de governar. Ideias e Práticas Políticas do Império Português Séculos XVI a XIX. 2ª edição, São Paulo: Alameda, 2005, p. 341-359.
LEMES, Fernando Lobo. Areia nas engrenagens do governo colonial: conflitos e motins nas minas de Goiás – História e historiografia (1727-1739). In: revista de história, Juiz de Fora, v.36, n.01, 2013. , p. 218-219.