[Carta sem título]. Publicada em Salvador, J.P., e S.M. Miranda. Livro 2 Do Governo Do Brasil, 1615-1634. Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2002, p. 125
23 de setembro de 1618 / março de 1619
Data aproximadaÀ frente da capitania do Pará e com baixa popularidade entre os seus moradores, o capitão-mor Francisco Caldeira de Castelo Branco exercia o governo desde a fundação da Vila de Belém, em 1616, que contou com a sua participação. As suas atitudes controversas o levariam a ser deposto do cargo de uma forma inusitada.
Um dos episódios que ajudou em desgastar o governador foi aquele em que o seu sobrinho, Antônio Cabral, assassinou a punhaladas o capitão Álvaro Neto. Apesar de pressionado por outros capitães como Paulo da Rocha e Tadeu de Passos, que exigiam a punição do assassino, Castelo Branco prendeu o sobrinho mas logo o libertou sob a justificativa de que, como a capitania estava sob ameaça de ser atacada pelos indígenas, todos os homens precisavam estar disponíveis para o combate. Os militares que questionaram e exigiram justiça receberam ordem de prisão, mesmo estando eles refugiados no Convento de Santo Antônio e sob imunidade dos religiosos.
Tamanha insatisfação logo ganhou corpo e o levantamento “da gente da terra” contra o capitão-mor foi inevitável, como apareceria registrado no ano seguinte numa carta régia de 16 de fevereiro de 1619 ao governador Dom Luis de Sousa.
Segundo o documento, numa manhã de domingo, no dia 23 de setembro de 1618, Francisco Caldeira de Castelo Branco fora acordado pelo franciscano Cristóvão Vaz e os oficiais Francisco de Almeida e Antônio Pinto. Estes amarraram suas mãos com cordas e os pés com grilhões e correntes de ferro grossas, ficando preso e em regime de incomunicabilidade. A carta do Rei assinala, resumidamente que “o capitão daquela praça ficou preso pelos seus soldados.
Ele permaneceu preso no Pará até aproximadamente março de 1619, em seguida remetido a Lisboa. Ali o fundador de Belém acabaria morrendo na prisão neste mesmo ano.
Aproximadamente 7 meses de duração
[Carta sem título]. Publicada em Salvador, J.P., e S.M. Miranda. Livro 2 Do Governo Do Brasil, 1615-1634. Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2002, p. 125
Sem Nome, "Revolta de moradores e de soldados para expulsão do capitão-mor". Impressões Rebeldes. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revolta/revolta-de-moradores-e-de-soldados-para-expulsao-do-capitao-mor/. Publicado em: 05 de abril de 2022.