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Possui doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1994) e realizou estágios pós-doutorais na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales – Paris (2002-2003) e na Unicamp (2011-2012). Atualmente é professor da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de história moderna, com ênfase em História do Brasil e da América, atuando principalmente no estudo das estratégias de ascensão social, da formação da nobreza ultramarina a partir dos serviços prestados à monarquia. Explora também os mecanismos que impediam o acesso a privilégios, cargos e títulos, particularmente a impureza de sangue e os defeitos mecânicos. Os estudos analisam as variadas inserções à nobreza por intermédio dos cargos administrativos, habilitações às Ordens Militares, foro de fidalgo, brasões de armas e justificação de nobreza. Os privilégios concedidos pelos monarcas ativavam a lealdade de seus vassalos ultramarinos, embora fossem inferiores aos concedidos à nobreza reinol. É autor de muitos artigos e dos livros Imagens da colonização (Zahar, 1996), Viagens ultramarinas (Alameda, 2008), A era das conquistas (FGV, 2013) e Nobrezas do Novo Mundo (FGV, 2015). Foi coordenador da Companhia das Índias em 2015 e é o atual editor da Revista Tempo.
Obras publicadas
Nobrezas do Novo Mundo; Brasil e ultramar hispânico
Ronald Raminelli
Nas culturas e territórios ibéricos de além-mar, as estratégias de ascensão social e impedimentos, de qualidade ou de sangue, determinados pelas monarquias, revelam que os nobres estavam submetidos a configurações distintas nas duas bandas do ultramar ibérico. O livro pretende, em princípio, realizar um balanço da produção historiográfica dedicada aos nobres radicados ou nascidos na América hispânica e portuguesa. O diálogo entre diferentes abordagens da história permitiu o autor avançar com o debate, apontar alguns impasses e criticar a historiografia brasileira. O resultado é uma contribuição bastante original ao tema das origens dos privilégios e das hierarquias nas Américas ibéricas.
A era das conquistas
Ronald Raminelli
A era das conquistas trata da formação do maior império colonial na América, o espanhol. Entre os ameríndios, uns resistiram e outros participaram das invasões, mas aos poucos foram submetidos. Embora lutassem pelo rei, os espanhóis ficaram descontentes com seus ganhos e se rebelaram contra a Coroa. Suas vitórias não foram duradouras, logo se enquadraram ou foram aniquilados pelas tropas do rei. Quem se sagraria vitorioso desta epopeia? Este livro reúne argumentos e fatos capazes de modificar a visão simplista e parcial sobre a conquista da América.
História das Américas: Novas Perspectivas
Ronald Raminelli
Cecilia Azevedo
Os textos deste livro refletem a experiência docente e de pesquisa de professores de História da América da UFF. Cada capítulo explora debates historiográficos em torno de temas fundamentais da área, apresentando-se como uma excelente ferramenta para o ensino na graduação. Os trabalhos estimulam o espírito crítico, na medida em que explicitam conflitos entre distintas correntes explicativas, questionam paradigmas e lançam questões polêmicas. Mostram, enfim, que a História está sempre em movimento.
Andanças pelo Brasil Colonial (catálogo comentado) 1503-1808
Ronald Raminelli
Jean Marcel Carvalho França
Este livro se propõe a dar ao leitor a oportunidade de refletir sobre a História do Brasil e tentar contribuir na montagem desse enorme quebra-cabeça incompleto. Ao ver gravuras e ler fragmentos de relatos de viagem, o leitor descobrirá costumes estranhos, tribos canibais, aventureiros e piratas, embora ainda encontre personagens incrivelmente semelhantes aos atuais brasileiros. A diversidade de costumes e valores faz parte de nossa História e deu origem à cultura brasileira. Conhecer a história dessa fusão é o grande desafio dos pesquisadores, que buscam informações em documentos variados, entre os quais os relatos de viajantes estrangeiros. Durante três séculos, esses testemunhos registraram episódios vividos na América portuguesa que ora se destacam por uma percepção singular quando comparada aos olhares luso-brasileiros, ora apenas reproduzem lugares-comuns difundidos na Europa.
Viagens Ultramarinas; monarcas, vassalos e governo a distância
Ronald Raminelli
Em 1808, quando a Corte portuguesa estabeleceu-se no Rio de Janeiro, uma nova configuração política surgia no império colonial português. De Lisboa partiam, rumo às conquistas, os vassalos em busca de terras e mercês, que enfrentavam as adversidades dos novos territórios com a intenção de alargar os horizontes dos reais domínios. Este livro pretende estudar como os vassalos do rei português contribuíram para manter esse vasto império, durante tantos séculos, e como a lealdade monárquica viabilizou um governo a distância. Sem a contribuição dos moradores das possessões ultramarinas, seria inviável o controle das conquistas por parte do soberano.
Joaquim Nabuco – Diários
Ronald Raminelli (org.)
Evaldo Cabral de Mello (org.)
Lélia Coelho Frota (org.)
Os Diários de ‘Joaquim Nabuco’ (1873-1910) permanecem inéditos durante quase um século, carinhosamente preservados pelos seus filhos e atualmente pelos seus netos e bisnetos. O manuscrito consiste em cerca de 30 agendas, mas contém também folhas soltas. Este volume único traz os períodos: 1873 – 1910, iniciando pela viagem de Nabuco a Europa e finalizando no período Abolicionista; começando pelo Ostracismo e se encerrando no período diplomático.
Brasil, 500 anos de povoamento
Ronaldo Vainfas (org.)
Ronald Raminelli (org.)
Lançada pelo IBGE sob a coordenação de Magda Prates Coelho, esta obra foi editada pelo CDDI no ano 2000, como parte das comemorações dos 500 anos do “descobrimento” do Brasil. Organizada por Ronaldo Vainfas, a publicação reúne dez textos produzidos por historiadores de renome
Imagens da Colonização: A Representação do Índio de Caminha A Vieira
Ronald Raminelli
O livro Imagens da colonização trata das representações do índio, escritas e gráficas, entre os séculos XVI e XVII. Aí, procurei analisar não somente as imagens dos tupis e “tapuios”, mas também de diferentes etnias radicadas na América espanhola. Fossem gravuras francesas, holandesas, italianas alemães ou inglesas, os cânones artísticos e teológicos pouco diferiam no momento de descrever os povos do Novo Mundo. Sem sombra de dúvidas, as “representações coletivas” europeias da reforma e contra-reforma determinaram as narrativas e as figurações. Nas imagens sobre os americanos encontram-se a tradição escolástica, as disputas religiosas entre católicos e protestantes, a caça às bruxas e os dilemas provocados pela conquista.