Pesquisador

Luciano Figueiredo

Universidade Federal Fluminense

Nos últimos anos, além das margens fluminenses da Universidade Federal, “Luciano Figueiredo” tem sido o nome mais usado. “Luciano Raposo” é preferido pelos alunos da UFF que, a partir da segunda aula, passam a usar simplesmente “Raposo”. Há muito abdicou de assinar o nome completo Luciano Raposo de Almeida Figueiredo. Ninguém acerta, quase sempre sacrificando o pobre “Almeida”. Antônio e Flora, os filhos, ficaram livres desse fardo, carregando o Collares da Miriam, a mãe, e o sobrenome do pai. Tanto nome português pendurado deve explicar o gosto pelas tradições luso-brasileiras que escolheu estudar, deflagrado mal terminou a primeira aula do professor Ilmar Rolhoff de Mattos na PUC-Rio, onde graduou-se em 1983. Peixe fora d’água, passava horas nos arquivos sem saber muito bem o que fazer com aqueles instantes de prazer decifrando manuscritos. Desconfia que não saiba até hoje. Talvez por isso goste tanto de dar aulas, fazer e orientar pesquisas. Continua preso aos antigos vícios, como estudar o Brasil colônia, especialmente Minas Gerais, desde os anos 80. Nesta paisagem montanhosa e sertaneja a história parecia estar à flor da pele, servindo para pensar a cidadania. Por isso apostou nos temas da opressão feminina e da fiscalidade. Cada vez que tentou escapar dessas primícias, novos pesquisadores o desafiavam a ficar e repensar. Ciclicamente, virou cativo do Brasil colônia. Inoculado pelos caprichos da memória, vasculhou as revoluções populares, e achou rebeliões. Hoje, parece-lhe que os luso-brasileiros queriam mesmo a conservação. A história não tem graça.

Obras publicadas

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Abade Raynal. A Revolução na América

Luciano Raposo Figueiredo (org.)
Oswaldo Munteal Fillho (org.)

Abade Raynal (1713 – 1796), ex-jesuíta, historiador, jornalista, filósofo e autor francês, é considerado um dos clássicos do Iluminismo e suas obras influenciaram processos de revolta e independência em quase todos os países da América Latina. A Revolução da América é uma versão da Histoire des deux Indes (1772), obra em que o autor posiciona-se contra os impérios coloniais europeus e que alcançou impressionante sucesso editorial na época em que foi lançado. O livro aborda a Guerra da Independência Americana e valoriza o princípio de liberdade, transitando entre o combate ao despotismo na Europa e a indignação com a desigualdade no Novo Mundo.

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Barrocas Famílias – Vida Familiar em Minas Colonial

Luciano Raposo Figueiredo

Barrocas Famílias trata de um tema bastante estudado, sob outros focos: a história da família em Minas Gerais na época da extração mineral de ouro e diamantes. É um livro sobre artesãos, mineradores, escravos, alforriados, pequenos comerciantes e o cotidiano de suas paixões, afetos, violência e solidariedade no domínio da família.

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Códice Costa Matoso

Luciano Raposo Figueiredo (org.)

A obra reúne 145 manuscritos e cinco impressos sobre a Minas colonial, com notícias dos primeiros descobrimentos das minas na América. O livro tem estudo crítico do historiador Luciano Raposo de Almeida Figueiredo. Com tiragem de 1.000 exemplares, tem como resultado um livro em dois volumes de capa dura – um de 980 páginas e outro de 280. Enriquecendo a obra, acompanha uma edição especial da revista Varia História, do Departamento de História da UFMG, com 480 páginas e artigos de historiadores brasileiros, norte-americanos e europeus.

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Mulher e Família na América Portuguesa

Luciano Raposo Figueiredo

O Brasil colônia, ou América portuguesa, pode estar muito distante de nossas vidas apressadas, mas pode ser também uma saborosa viagem ao tempo de formação de nossos conceitos atuais, revelando-se palco de iniciativas desconhecidas por muitos de nós, no qual havia vários modelos de constituição familiar (e não só a família patriarcal), em que mulheres, recusando-se à submissão, atuaram de forma decisiva na família e na sociedade em geral. Por meio do resgate de cenas e situações reunidas por historiadores nos últimos anos, essa obra procura mostrar de que maneiras a família e a mulher estiveram presentes nos primeiros séculos de formação do nosso país.

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O Avesso da Memória: cotidiano e trabalho da mulher em Minas Gerais no século XVIII

Luciano Raposo Figueiredo

Ao longo de todo o processo de colonização e de exploração do território brasileiro, o lugar ocupado pela mulher foi tao secundário que os livros de história sequer a mencionam. O autor conta a trajetória da mulher em Minas Gerais no seculo XVIII.

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Rebeliões no Brasil Colônia

Luciano Raposo Figueiredo

Inúmeras rebeliões e movimentos armados coletivos sacudiram a América portuguesa nos séculos XVII e XVIII. Esse livro propõe uma revisão das leituras tradicionais sobre o tema, mostrando como as lutas por direitos políticos, sociais e econômicos fizeram emergir uma nova identidade colonial.