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VOL. 23, NÚMERO 41, 2016

ISSN 1980-542X
DOI: 10.5533/TEM-1980-542X-20131734

CHAMADA PÚBLICA DE ARTIGOS

para os dossiês – Tempo 2017-2019

Apresentação – Novas perspectivas na história da escravidãoDossiê

María Verónica Secreto

O que pode ser chamado de”novo” na historiografia? Vivemos — pelo menos a partir da década de 1970, em que houve a junção na mesma frase das palavras novo e história (Le Goff e Nora, 1976 a,b,c) — buscando novidades que venham revelar o “verdadeiro passado” e, sobretudo, que venham revelar uma metodologia que se transforme em instrumento multiplicador de novos passados.

Dossiê Novas perspectivas na história da escravidão

Africans and “nations” in the slave trade through parish registers: preliminary notes for comparative perspectives on Brazil and Cuba in the seventeenth century
Flavio Gomes

DOSSIÊ

In this paper, we compare classification patterns for African “nations” in some parts of Brazil and Cuba. Taking into consideration some montage areas of the slave economy in the seventeenth century, we evaluate how African “nations” could appear in demographic contexts and their relationships with the slave trade and connections with Africa. Following some perspectives of Atlantic history, the main idea is take a comparative approach to the formation of Africans’ identities, classifications and social structures in the Americas.

“Slave Mothers”, Partus Sequitur Ventrem, and the Naturalization of Slave Reproduction in Nineteenth-Century Brazil
Martha S. Santos

DOSSIÊ

Through an examination of slaveholders’ discourses on the need to find ways to replenish the slave labor force after the 1831 legal suppression of the African trade, this article demonstrates the centrality of female slave reproduction to the most significant debates on slavery and emancipation during the nineteenth century. Through tropes and metaphors that appealed to nature, this slaveholding discourse emphasized reproduction and mothering labor as the “natural” function of enslaved women – a function that would also serve to pacify rebellious male slaves. This work also demonstrates that, within a context of intensified symbolic value of enslaved women’s reproduction, slaveholders and jurists emphasized the validity of the legal device partus sequitur ventrem in order to communicate a notion of the legality of slavery, precisely at the time of increasing delegitimation of the institution, both within and outside Brazil.

A escravidão depois da escravidão: a questão do trabalho compulsório na constituição das organizações internacionais no período de entreguerras
Norberto O. Ferreras

DOSSIÊ

O presente artigo trata da forma com que os organismos internacionais surgidos depois da Primeira Guerra Mundial lidaram com a questão da escravidão e com o trabalho forçado, criando âmbitos para discutir essas práticas, assim como um arcabouço legal internacional para tratar disso. Para poder estabelecer esses espaços de discussão e reflexão sobre a escravidão, foram definidas as áreas de incumbência entre a Sociedade de Nações (SdN) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A primeira lidou com o tráfico de pessoas e a escravidão, definida esta como a propriedade da pessoa. A OIT especializou-se no trabalho forçado e no trabalho nativo. Cada uma delas teve um papel decisivo na constituição de instrumentos legais universalizados em cada caso.

Artigos

A civilização como missão: agentes civilizadores de índios na Bahia colonial no contexto da política pombalina
Fabricio Lyrio Santos

ARTIGO

O surgimento da palavra civilização e a definição de uma nova política indigenista no âmbito da legislação promulgada no período pombalino projetaram no cenário colonial a figura dos agentes leigos, ministros civis ou militares encarregados de modificar os costumes indígenas, ocupando o espaço deixado pelos missionários, principalmente após a expulsão dos jesuítas. Este artigo discute a atuação desses agentes e sua importância para a implantação da política pombalina na Bahia, na segunda metade do século XVIII, tendo em vista o crescente processo de afirmação e difusão dos ideais de “civilidade” e “civilização” dos índios.

Memoria, cultura manuscrita y oralidad en la cronística franciscana portuguesa de la Edad Moderna
Federico Palomo

ARTIGO

Este artículo analiza el papel que los textos manuscritos e, incluso, la oralidad desempeñaron como instrumentos sobre los que asentaron determinadas formas de saber y de memoria entre los franciscanos, tanto en Portugal como en los contextos de su Imperio. Se consideran las estrategias memorísticas que los religiosos
levaron a cabo mediante la elaboración de crónicas e historias de las distintas provincias portuguesas de la Orden. Se analiza, por un lado, los elementos que determinaron la producción y circulación manuscrita de este género de escritos durante el siglo XVII, para, a continuación, examinar algunas de las prácticas eruditas que acompañaron la escritura de muchos de estos textos memorísticos.

Luzes, natureza e pragmatismo em Portugal: o contributo da Real Academia das Ciências no século XVIII
Isabel Drumond Braga

ARTIGO

A análise dos contextos históricos, bem como das práticas e dos discursos produzidos por figuras ligadas à cultura portuguesa, em especial à Academia Real das Ciências de Lisboa, fundada por d. Maria I, em 1779, permite avaliar o entendimento que em Portugal se teve, durante o século XVIII, da natureza, uma ideia-chave do conceito de Iluminismo. Os textos que então se produziram, designadamente algumas das memórias apresentadas àquela instituição, permitem o levantamento e a avaliação dos elementos conceituais neles incluídos e denotam uma clara noção de pragmatismo a favor do desenvolvimento do reino.

Identidade étnica na Itália antiga (séculos IV-I a.C.): fontes, problemas e possibilidades de estudo
Rafael Scopacasa

ARTIGO

Os relatos antigos sobre o início da expansão romana na Itália (séculos V-I a.C.) mencionam vários “grupos étnicos” (ethne; populi) que cruzaram o caminho da república em expansão. No entanto, as narrativas em questão são no mínimo 200 anos posteriores ao período que descrevem. Em que medida os “povos” da Itália pré-romana existiram como tais? O presente artigo aborda essa questão por meio de uma discussão dos diferentes aspectos da identidade étnica, seguindo um eixo temático calcado na teoria antropológica sobre as etnias. Conclui-se que a predominância na historiografia romana de grupos étnicos reflete a condição em que as comunidades italianas interagiram com os romanos entre os séculos IV e III a.C. No entanto, a etnia era um entre vários tipos de identificação coletiva na Itália pré-romana, as quais se encontravam em constante intercâmbio, como identidades cívicas e locais, de classe, familiares, entre outras.

Resenhas

Vidas desfeitas e vidas refeitas: novas reflexões sobre a experiência escrava no comércio interno de cativos
Joice Oliveira

RESENHA

PARGAS, Damian Alan. Slavery and forced migration in the antebellum south. New York: Cambridge University Press, 2015. 281 p.


História e historiografia da democracia ateniense
José Antonio Dabdab Trabulsi

RESENHA

MOSSÉ, Claude. Regards sur la démocratie athénienne. Paris: Perrin, 2013. 234 p


Entrevistas

Uma vida de histórias escritas a partir de arquivos: entrevista com Mary C. Karasch
Ricardo Alexandre Ferreira & Ana Carolina de Carvalho Viotti

ENTREVISTA