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Carta do governador de Pernambuco acompanhada de Consulta do Conselho Ultramarino sobre as pazes que pedem os negros dos Palmares

Resumo

Após anos de guerra contra Palmares, a capitania de Pernambuco se vê desgastada, sem recursos para continuar lutando. Paralelamente, os negros aquilombados também vêm perdendo forças e podem a qualquer momento procurar o governador para pedir um acordo de paz.

Artifícios da Narrativa

Neste documento, o governador de Pernambuco João da Cunha de Sotto Maior alerta o rei dom Pedro II de Portugal da incapacidade da capitania em continuar na Guerra dos Palmares sem ajuda da Coroa. Sua carta explicita uma Pernambuco desgastada pelos conflitos, sem mais recursos para continuar. O governador repete a posição de seu antecessor dom João de Souza ao aprovar o estabelecimento de um acordo de paz com os Palmares, mesmo dando conta ao rei da violência que os mesmos causam aos brancos, praticando assaltos, os matando e roubando seus escravos. A resposta do Conselho Ultramarino, por outro lado, demonstra persistência da Coroa frente à necessidade da continuidade da guerra para que os mocambos sejam finalmente extintos, e há receio de que uma trégua dê impressão de fraqueza perante os rebeldes e estabeleça um mal exemplo tanto aos súditos quanto aos escravos, que seriam incentivados a fugir para os Palmares. A política de estabelecer exemplos à população esteve presente em diversas ações da Coroa durante a história, e o mesmo aconteceria nove anos depois da escrita desta consulta na execução de Zumbi dos Palmares, que teve sua cabeça exposta publicamente para que servisse de exemplo a qualquer negro que planejasse se rebelar.

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Informações

Documento possui 2 páginas

Revolta relacionada ao documento

Palmares

Local/Data do Documento

Recife 8 de ago. 1685

Autoria

João da Cunha de Sotto Maior

Governador

Destinatário

Dom Pedro II de Portugal

 / Rei/Rainha

Referência do documento reproduzido

GOMES, Flávio (Org.). MOCAMBOS DE PALMARES: histórias e fontes (séculos XVI-XIX). Rio de Janeiro: 7letras, 2010. Pp. 265 e 266.

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