Pesquisador

Daniela Buono Calainho

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Daniela Buono Calainho graduou-se em História na UFF em 1984. Obteve o título de mestre na UFRJ em 1992, com a dissertação transformada no livro Em nome da fé. Familiares da Inquisição portuguesa no Brasil colonial (Edusc, 2006). Doutorou-se na UFF em 2000, com a tese e depois livro Metrópole das mandingas. Religiosidade negra e Inquisição portuguesa no Antigo Regime (Garamond, 2008). Fez estágio pós-doutoral na USP em 2008, com o projeto Circulação de drogas, farmacopeia e saber médico no mundo luso-brasileiro setecentista. É professora associada da FFP-UERJ, onde ingressou em 1993. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em História Social do Departamento de Ciências Humanas da FFP-UERJ entre 2010 e 2012. É coordenadora do Núcleo de Estudos Inquisitoriais, fundado em 1996 e cadastrado como grupo de pesquisa no CNPq desde 2008, com o objetivo de promover discussões, pesquisas e encontros sobre o tema. Trabalha na docência e na pesquisa em história do Brasil colonial, história ibérica e das religiosidades. As pesquisas sobre história de Portugal, particularmente acerca da Inquisição e sua ação no mundo colonial, resultam, há alguns anos, em variadas publicações, participações em congressos no Brasil e no exterior. Foi co-organizadora do Guia de fontes e bibliografia sobre a Inquisição (Eduerj, 2005) e do livro Raízes do privilégio: mobilidade social no mundo ibérico do Antigo Regime (Civilização Brasileira, 2011).

Obras publicadas

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Guia de Fontes e Bibliografia sobre a Inquisição: A Inquisição nos principais arquivos e bibliotecas do Rio de Janeiro

Célia Cristina Silva Tavares (org.)
Daniela Buono Calainho (org.)
Pedro Marcelo Pasche de Campos (org.)

Apesar de estar presente há muito tempo na literatura e na produção historiográfica, o Tribunal do Santo Oficio da Inquisição guarda ainda uma aura de segredo, desejada, aliás, pela própria instituição. De certo, as principais fontes para se estudar a Inquisição portuguesa, e mesmo sua atuação no Brasil, encontram-se em Portugal, mais especificamente em Lisboa. Contudo, o antigo estatuto de capital do Império e da República legou à cidade do Rio de Janeiro riquíssimos fundos documentais e bibliográficos que fornecem um excelente meio de se entrar em contato com os estudos inquisitoriais. Além de descrever estes acervos, este guia dá a chave para se pesquisar outros fundos, como o do Real Gabinete Português de Leitura e o das principais bibliotecas universitárias fluminenses.

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Agentes da Fé: Familiares da inquisição portuguesa no Brasil Colonial

Daniela Buono Calainho

A Inquisição é mais conhecida do leitor pelas chamas dos autos-de-fé, pelos cárceres secretos, pela tortura, pela intolerância religiosa. Mas esta máquina do medo carecia, como toda instituição repressiva, de seu corpo de policiais. É dele que trata o livro de Daniela Calainho, sem dúvida o estudo mais importante até hoje produzido sobre esses funcionários da Inquisição Portuguesa. No Brasil Colonial, muitos comerciantes buscaram o posto em proveito de seu ofício: isenções fiscais, prova de que não corria sangue judeu em suas veias, posição diferenciada nos negócios, prestígio e honra. Daniela Calainho nos mostra tudo isso, desvelando redes ocultas, sem as quais não se pode entender o que foi a Inquisição.

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Metrópole das Mandingas: religiosidade negra e Inquisição portuguesa no Antigo Regime

Daniela Buono Calainho

Este livro revela que os cultos e ritos africanos, misturados ao catolicismo, floresceram não só no Brasil, mas também em Portugal. Mostra que, entre os ritos praticados pelos jambacousses, o mais destacado era a mandinga. Daniela Calainho examina o sincretismo presente neste e noutros ritos.

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Raízes do Privilégio. Mobilidade social no mundo ibérico do Antigo Regime

Rodrigo Bentes Monteiro (org.)
Jorge Manuel Flores (org.)
Daniela Buono Calanho (org.)
Bruno Feitler (org.)

Raízes do privilégio: mobilidade social no mundo ibérico do Antigo Regime reúne textos que refletem sobre questões fundamentais dos séculos XV a XVII, em especial no que diz respeito à mobilidade social na América colonial. Entender como sociedades ao mesmo tempo ortodoxas e desiguais em termos de cor, sangue, riqueza etc. se consolidaram em diferentes espaços geográficos e de poder no império colonial espanhol e português é crucial para compreender como, em nossas sociedades, as novidades da globalização se misturam a arcaísmos em pleno século XII.

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História Medieval do Ocidente

Daniela Buono Calainho

História Medieval do Ocidente tem por objetivo fornecer um panorama geral acerca do Ocidente cristão medieval, envolvendo aspectos econômicos, políticos, sociais, culturais e religiosos. Esta obra divide este vasto período em dois grandes blocos, consagrados já pela historiografia: a Alta Idade Média, englobando os séculos V a X, caracterizada pelo período de formação da estrutura feudal, e a Baixa Idade Média, do século XI até o século XIV, onde o feudalismo já estava plenamente consolidado.

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Caminhos da intolerância no mundo ibérico do Antigo Regime

Daniela Buono Calainho (org.)

Na primeira parte o Santo Ofício foi tema escolhido para se analisarem diversos aspectos da intolerância que marcou fortemente esta instituição. Cristãos-novos, feiticeiros, bígamos e sodomitas, hereges que lotaram os cárceres inquisitoriais, foram alvo de estudo dos respectivos artigos. Na segunda parte do livro, são examinadas as tensões entre a Igreja e as demais estruturas de poder. Na terceira parte privilegia-se o espaço oriental para se discutir o embate cultural que marcou a presença portuguesa na região, temperada por múltiplas perseguições religiosas. E, por fim, na última parte, chamada “Intolerância, poder, sociedade e representações”, o leque de análise é mais amplo, e abarca questões relativas a processos de ascensão social, ao discurso sobre a mulher nas rebeliões na América Portuguesa, ao papel da imprensa etc.