Machado de Assis

Machado de Assis
Fonte da Fotografia
Biblioteca Nacional (RJ). Disponível em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/icon1198372/icon1198372.jpg. Acesso em: 30 nov. 2022.
Referências

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Machado de Assis

1839-1908, Rio de Janeiro, Brasil

escritor, jornalista, tipógrafo, abolicionista, funcionário público, fundador da Academia Brasileira de Letras

Filho do pintor e decorador Francisco José de Assis e da açoriana Maria Leopoldina Machado da Câmara – ambos negros livres –, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no dia 21 de junho de 1839, em uma chácara no Morro do Livramento. Seus padrinhos foram Joaquim Alberto de Sousa da Silveira e dona Maria José de Mendonça Barroso, os proprietários do imóvel. Seus pais eram agregados na chácara e moravam nos limites do terreno. Machado de Assis passou toda sua infância na região do Livramento e teria sido alfabetizado nesse período por sua própria mãe.

Maria Leopoldina, no entanto, faleceu em 1849, quando Machado tinha apenas 10 anos, provavelmente vítima da tuberculose. Seu pai, então, casou-se novamente com Maria Inês da Silva e mudou-se com Machado para um sobrado localizado na rua São Luiz Gonzaga, no bairro de São Cristóvão (RJ). Entre 1854 e 1855, quando tinha 15 anos, Machado se mudou para o Centro da cidade e já assegurava seu próprio sustento. Nesses anos o jovem publicou seus primeiros textos: o soneto “À Ilma. Sra. D.P.J.A.” no Periódico dos Pobres, os poemas “A palmeira” e “Ela”, no periódico Marmota Fluminense e o conto “Três tesouros perdidos”.

Em 1856, se tornou tipógrafo na Imprensa Nacional e lá conheceu Manuel Antônio de Almeida, escritor que se tornaria seu protetor e amigo. Por intermédio de Almeida, Machado passou a atuar como revisor e colaborador do periódico Correio Mercantil. Nesse período, ele também teria aprofundado uma relação de amizade com o padre-mestre Silveira Sarmento. Para alguns biógrafos, Silveira Sarmento teria sido uma espécie de tutor de Machado, dando ao jovem lições de português e francês. Em 1859, o jovem escritor publica os textos “O jornal e o livro”, “Aquarelas” e “A reforma pelo jornal”.

Através da relação com Manuel Antônio de Almeida, Machado construiu forte amizade com Quintino Bocaiúva e Francisco Octaviano. Em março de 1860, Machado passou a fazer parte da redação do Diário do Rio de Janeiro, que tinha Bocaiúva como redator. Na época, o escritor também colaborava com periódicos como Correio Mercantil, Semana Illustrada, Jornal das Famílias, O Futuro e a revista O Espelho – onde escrevia como crítico teatral. O primeiro livro de Machado foi publicado em 1861 e consistiu na tradução de “Queda que as mulheres têm para os tolos”, do belga Victor Hénaux. Entre este ano e 1862, Machado participou de disputas eleitorais. E, em 1864, publicou “Crisálidas”. Em 1867 – durante a Guerra do Paraguai –, foi ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial. E dois anos depois, em 1869, Machado casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais – portuguesa e irmã de seu amigo Faustino Xavier Novais.

Em 1870, Machado publicou “Falenas” e Contos fluminenses. Dois anos depois, em 1872, Machado publicou o romance Ressureição. Em 1873, foi nomeado primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Neste mesmo ano publicou Histórias da meia-noite. Em 1874, tem o seu romance A mão e a luva publicado em folhetins no periódico O Globo e também atua como colaborador nos periódicos O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira. Em 1875, publicou a poesia indianista “Americanas”. E nos anos de 1876 e 1878, publicou os romances Helena e Iaiá Garcia. É neste período, igualmente, que apresentou os primeiros sintomas da epilepsia e passou uma temporada em Nova Friburgo por recomendação médica. Em 1880, recebeu o convite de Pedro Luís Pereira de Sousa – ministro interino da Agricultura, Comércio e Obras Públicas – para assumir o cargo de oficial de gabinete. Já no ano seguinte, publicou o afamado Memórias póstumas de Brás Cubas – que esteve nas páginas da Revista Brasileira entre março e dezembro de 1880. Em 1882, produziu Papéis avulsos e outras coletâneas de contos.

Das trocas estabelecidas entre os membros da Revista Brasileira, nasceu a ideia da criação da Academia Brasileira de Letras. Expressivo nome na concepção de criação da Academia, quando de sua criação – em 1881 –, Machado foi eleito presidente da instituição. Nesse período, as crônicas de Machado eram recorrentes na Gazeta de Notícias. Em 1884, se mudou – juntamente com sua família – para a rua Cosme Velho, no bairro das Laranjeiras. No ano seguinte, foi promovido à Diretoria do Comércio no Ministério da Agricultura. Em 1892, recebeu mais uma promoção, se tornando diretor-geral da Viação da Secretaria da Indústria e Obras Públicas. Em 1899, publicou Dom Casmurro e, em 1904, Esaú e Jacó. Nesse mesmo ano, falece sua esposa, o que agravou a situação de saúde do escritor. Machado faleceu em 29 de setembro de 1908 em sua residência, na rua Cosme Velho, amparado pelos amigos Graça Aranha, Mario de Alencar, José Veríssimo, Raimundo Corrêa, Coelho Neto, Rodrigo Otavio e Euclides da Cunha. É considerado um dos maiores escritores de toda literatura portuguesa.

Publicações

Obras e publicações (Ver: https://machado.mec.gov.br/#obraCompleta):

“O passado, o presente e o futuro da literatura” (1858)

“Aquarelas” (1859)

“Revista dos teatros” (1859)

“Ideias sobre teatro” (1859)

A reforma pelo jornal (1859)

“O jornal e o livro” (1859)

“A crítica teatral. José de Alencar: Mãe” (1860) 

Revista Dramática (1860)

“Hoje avental, amanhã luva” (1860)

“Desencantos” (1861)

“Flores e frutos, de Bruno Seabra” (1862)

“Pareceres – Conservatório Dramático” (1862-1864)

“Revelações, poesias de A. E. Zaluar” (1863)

“O caminho da porta/O protocolo” (1863)

“Quase ministro” (1864) 

“Crisálidas” (1864) 

“O ideal do crítico” (1865)

“Os deuses de casaca” (1866)

Cartas fluminenses (1867)

“Falenas” (1870) 

Badaladas (1871-1873) 

Ressureição (1872)

Contos Fluminenses (1873)

 Histórias da meia-noite (1873) 

A mão e a luva (1874)

“Americanas” (1875)

Visconde de Castilho (1875)

Helena (1876)

História de quinze dias (1876-1877)

“O bote de rapé” (1878)

Iaiá Garcia (1878)

“Notas semanais” (1878)

“Tu, só tu, puro amor” (1880)

Memórias óstumas de Brás Cubas (1881)

Papéis avulsos (1882)

Histórias sem data (1884)

Casa Velha (1885)

Quincas Borba (1891)

Várias histórias (1896)

Páginas recolhidas (1899)

“Não consultes médico” (1899)

Dom Casmurro (1899)

Esaú e Jacó (1904)

 “Ocidentais” (1901)

Relíquias de Casa Velha (1906)

“Lição de botânica” (1906)

“O Almada” (1908)

Memorial de Aires (1908)