Tomou gosto pela história aos 12 anos, com o romance Ivanhoé, de Walter Scott. Deixando para trás a fase mais literária, concluiu a graduação na UFRJ em 1991, onde descobriria, após Colombo e Vespúcio, uma forte predileção pelos estudos da América hispânica colonial. Quando ingressou no mestrado na UFRJ, concluído em 1998, postergou esses interesses por conta de razões mui “práticas”, dedicando-se aos modos como eram difundidas noções sobre a história colonial nas comemorações do final do século XIX no Brasil. Pouco depois retomaria os caminhos do mundo hispânico no doutorado na USP concluído em 2005. Com duas bolsas de pesquisa internacionais, delimitou, como Hernán Cortés, o México colonial como zona de interesse investigativo. Esta conquista resultou no livro Papéis selados. Carreira Jurídica, estratégias de reputação e poder na Nova Espanha (1580-1730) (Mauad, 2010), no qual buscou compreender as identidades sócio-profissionais e os vínculos sociais dos advogados do Tribunal da Audiência do México a partir do método de análise de redes interpessoais. Desde então o mundo novo-hispânico tem sido uma constante em sua vida acadêmica, a partir de abordagens específicas: poder, identidades, hierarquias sociais e principalmente redes relacionais. Foi professor substituto de história da América da UFRJ em duas ocasiões, professor adjunto da graduação da pós-graduação em história da UFRRJ entre 2006 e 2009, e desde 2010 é professor de história da América colonial na UFF, e coordenou a Companhia das Índias entre 2013 e 2014.
Obras publicadas
Papéis Selados. Carreiras Jurídicas, Estratégias de reputação e Poder na Nova Espanha (1580-1730)
Marcelo da Rocha Wanderley
Papéis selados é uma excelente metáfora para indicar como os destinos de vários peninsulares e novo-hispânicos estariam também selados segundo a lógica da reputação, ao se candidatarem todos os anos aos prêmios reais, não tanto em razão dos informes de méritos, mas pelo perfil estratégico de suas carreiras e suas redes de relações sociais.