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Dossiê: Nas Teias do Império: Poder e Propriedades no Oitocentos

Organizadores: Luaia da Silva Rodrigues (Doutoranda – PPGH/UFF) e Alan Dutra Cardoso (Mestrando – PPGH/UFF)

Depois de um longo período de descrédito, os estudos em história política voltaram ao centro dos debates historiográficos. Graças a um importante movimento de renovação ocorrido nas últimas décadas – como a descoberta e utilização de novas fontes e objetos de estudo, assim como de novas abordagens teórico-metodológicas–, pesquisas políticas antes consideradas esgotadas ganharam um novo fôlego. Um exemplo disso são os diversos trabalhos que propõem um novo olhar sobre o processo de construção do Estado brasileiro ao longo de todo o século XIX, nos mostrando que, apesar de clássico, o tema em questão é ainda um terreno fértil.

Profundamente relacionado ao contexto econômico-social em suas múltiplas facetas, o tradicional estudo das ideias, do pensamento e das práticas políticas foi revolucionado. Tanto as doutrinas – o liberalismo e o conservadorismo – quanto as disputas partidárias que as materializavam em projetos de governo ganharam novas dimensões ao serem vinculadas as manifestações culturais e religiosas; aos diversos movimentos sociais que demandavam direitos; aos interesses ligados ao escravismo, a posse de terras e a modernização econômica; a preocupação de forjar uma história nacional no qual o progresso e a civilidade fossem possíveis; e a uma ação diplomática que lutava pela manutenção da unidade e das fronteiras políticas brasileiras.

Nesta perspectiva, cremos que os elementos supracitados orbitam em duas grandes temáticas que particularizam o século XIX: a liberdade e a propriedade. Da ruptura política à emancipação dos escravizados, o tema da liberdade se consagrou na produção acadêmica nacional, cujas interpretações se ancoram nas diversas nuanças que singularizam a nossa formação histórica. No que concerne a questão da propriedade, para além dos embates característicos sobre a posse dos cativos, discute-se o acesso à terra e a regulamentação das múltiplas formas de domínios no oitocentos. Desta forma, afiançamos ser válido dar luz às novas perspectivas que as observam como uma construção histórica, coletiva e não-absoluta, dotada de conflitos que lhes são próprios.

A Revista Cantareira – periódico do corpo discente da Universidade Federal Fluminense – convida à chamada de artigos para a sua 28ª edição, com o intuito de adensar este debate, cujo arena são as produções e interpretações sobre a História Política e Social do oitocentos brasileiro. Além dos artigos relacionados ao dossiê, a Revista também aceitará textos para a seção livre, resenhas e transcrições comentadas sobre temáticas variadas. Aos que tiverem interesse em colaborar com a edição, as normas e processo para publicação estão elencadas aqui.

O prazo para o envio de artigos se encerra no dia 16 de fevereiro de 2018.